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Saturday, May 28, 2016

Uso das Redes Sociais como Ferramenta de apoio às práticas docentes

Este post traz alguns destaques sobre dois artigos da Mestranda em Educação e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Informática na Educação (GEPIED) UFS/CNPq, Adriana Alves Novais Souza e do Professor do Núcleo de Pós-graduação em Educação e de Computação e coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa em Informática na Educação (GEPIED) UFS/CNPq, Henrique Nou Schneider.


Resumo: O trabalho em questão faz parte da pesquisa em curso “Uso das Redes Sociais como Ferramenta de apoio às práticas docentes” e analisa uma prática docente desenvolvida no Ensino Superior que utiliza o Facebook como um Recurso de Avaliação da Aprendizagem. A pesquisa envolve novas perspectivas de ensino com as redes sociais, refletindo sobre as vantagens de seu uso como apoio, avaliação e consolidação da aprendizagem, especialmente sob o olhar do discente, a fim de compreender como se processam as relações de colaboração e interação entre professor-aluno e aluno-aluno.

Pontos que destaco:

Os autores destacam que as TDIC possibilitam o processo de ensino/aprendizagem em tempos e espaços diferentes quando  dizem que "diante das novas exigências da sociedade atual, permeada pelos avanços tecnológicos, faz-se necessária uma revisão e, principalmente, uma atualização das práticas exercidas nos espaços escolares, uma vez que, conforme Valente [1999, p. 35], “a realização de tarefas pode acontecer no mesmo local, porém em tempos diferentes”. Nesse sentido, a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no processo de ensino promove novas formas de acesso à informação e ao aprendizado, propiciando práticas que poderão ser desenvolvidas em um mesmo tempo, mas em espaços bem diversos" (pág 1).

Três categorias de análise e abordagem foram estabelecidas para delimitar os caminhos da pesquisa: colaboração entre alunos, avaliação da aprendizagem e relação professor-aluno (pág 5).

Com relação à metodologia de trabalho com os alunos, "Segundo Barkley [2005] apud Dotta [2011], é preciso que o docente estabeleça com muito cuidado os objetivos e trajetórias de aprendizado ao planejar uma atividade colaborativa, para que esta se torne significativa a todos os integrantes do grupo (pág 6).

Essa preocupação é destacada quando os os autores, concordando com Marcon, Machado e Carvalho [2012, p. 7], afirmam que, “por mais interesse que o sujeito tenha em aprender autonomamente, espera-se do docente mediador a orientação e a estruturação do que fazer e de que forma podemos prosseguir” (pág 8).

Por fim, trago na íntegra as considerações finais desse trabalho:
"Segundo Barcelos e Batista [2012], as Redes Sociais na Internet (RSI), têm sido utilizadas para fins pedagógicos, embora normalmente como repositórios de materiais diversos, sem questionar o valor dessas redes. Da mesma forma, Valente apud Klix [2011] questiona a relevância de práticas docentes que utilizem redes sociais, uma vezque, em sua maioria, tais iniciativas têm se restringido à divulgação de conteúdos que não foi possível apresentar em aula e/ou para receber atividades dos alunos, atitudes que apenas contribuem para transmitir informações".

"Esta pesquisa dialoga com os autores ao considerar que é preciso ir além, buscando compreender como se dão as interações entre alunos e professores e alunos e alunos, a fim de compreender como os nós interagem e estabelecem entre si colaboração da aprendizagem. A intenção da pesquisa é investigar práticas que ultrapassem tais situações, analisando a utilização da rede social como recurso didático e ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem".

"A pesquisa evidenciou as potencialidades do Facebook como ferramenta de apoio, principalmente no que se refere à interação entre alunos, por ser uma alternativa coerente e de fácil execução, uma vez que professores e alunos já conhecem a rede social utilizando-a para fins pessoais, o que garante maior participação e adesão entre os envolvidos. Destaca-se como ponto negativo a ausência do professor no processo de mediação, embora se considere sua iniciativa de socializar a prática avaliativa, pois ao propiciar que o aluno divulgue seu trabalho e analise o trabalho do colega, o professor inova na prática avaliativa, dividindo com sua turma o processo de leitura e análise dos trabalhos, favorecendo o exercício da crítica, a divulgação de bons trabalhos e a colaboração todos-todos" (págs 8 e 9).
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Clique no link ao lado e boa leitura: Uso do Facebook como Recurso de Avaliação da Aprendizagem
Abaixo a apresentação dos autores no CBIE 2013. 


Artigo: O Facebook como espaço de interação, colaboração e aprendizagem: uma reflexão sob a perspectiva discente

Resumo:   O  artigo  discute  a  necessidade  da  prática  de  ensino  estar  atrelada  ao universo  das  tecnologias  digitais,  expandindo  os  tempos  e  espaços  formais  de aprendizagem. Partindo do uso de uma rede social – o Facebook – como ambiente de aprendizagem complementar às práticas de ensino presencial, buscou-se conhecer o olhar  do  aluno  diante  da  proposta,  principalmente  em  relação  à  aquisição  dos conteúdos, à colaboração com os demais e sua participação no processo. Trata-se de uma  pesquisa  de  Mestrado  em  andamento,  à  qual  interessa  compreender  os (des) caminhos  docentes  para  o  uso  das  redes  sociais  como  ambiente  informal  de aprendizagem, cuja  primeira  fase  de  análise,  relativa  aos  questionários  aplicados, evidencia a positividade da proposta, no contexto dos participantes.

Pontos que destaco:

Os autores falam das necessidades de uma adaptação ao processo de ensino aprendizagem, em virtude das mudanças que o mundo vem passando e dos novos desafios que chegam até nós todos os dias:

"Concorda-se  com  o  autor  [VALENTE, 1999]  quando  ele  afirma  que  a  mudança  pedagógica
necessária  “é  a  passagem  de  uma  educação  totalmente  baseada  na  transmissão  da informação,  na  instrução,  para  a  criação  de  ambientes  de  aprendizagem  nos  quais  o aluno realiza atividades e constrói o seu conhecimento” (pág. 344).

"Isso   porque   novas   formas   sociais   necessitam   de   novos   modelos   teóricos educacionais, uma vez que os anteriores primavam pela memorização e armazenamento de  conhecimentos  consolidados  em  livros  e  enciclopédias,  enquanto  os  processos cognitivos   atuais   baseiam-se   nas   trocas   de   informações   e   na   aprendizagem   dos indivíduos  a  partir  de  conexões:  um  modelo  mais  complexo,  formado  por  diversas fontes  de  conhecimento  e  cujo  núcleo  de  interesses  muda  constantemente  [RENÓ, VERSUTI e RENÓ, 2012]" (pág. 344).

"Porém,  a  adaptação  da  escola  às  formas  de  lidar  com  o  conhecimento  e  a informação na  atualidade requer mudanças pedagógicas relacionadas à  condução dessa geração  [MOTA,  2009].  Isso  porque  para  se  desenvolver  a  autonomia  e  o  controle  do processo  de  aprendizagem  do  aluno  faz-se  necessário  o  emprego  de  pedagogias participativas,  baseadas  na  colaboração,  no  diálogo  e  na  cooperação" (pág. 344).

Especificamente sobre o Facebook os autores falam que "a  utilização  do  Facebook  nos  processos  educativos  está  de  acordo  com  o  que apontam  Marcon,  Machado  e  Carvalho  [2012,  p.  2],  que  defendem  o  uso  de  suas ferramentas  dentro  de  uma  lógica  comunicacional,  destacando  suas  características inerentes: “a participação, a interatividade, a comunicação, a autonomia, a cooperação, o compartilhamento, a multidirecionalidade”" (pág. 346) corroborando "Arantes,  Freire  e  Simioni [2013] evidenciaram em suas pesquisas acerca do uso de redes sociais: cada vez mais os alunos  reivindicam  seu  uso,  pois  as  utilizam  como  espaço  de  interação,  encontro, entretenimento  e,  até  mesmo,  para  mobilização  sócio-política (pág. 347).

"Destaca-se  que  como  colaboração,  compreende-se  o  conceito,  já  apresentado  em outro trabalho [SOUZA e SCHNEIDER, 2013, p. 6], que diz respeito “à aprendizagem que ocorre e se desenvolve a partir da interação entre os indivíduos, numa proposta de construção  do  conhecimento  movida  pelas  experiências  partilhadas”,  promovendo novos conhecimentos a partir daqueles que os geraram"" (pág. 349).

"A  proposta  de  utilização  do  Facebook  além  de  simples  repositório  de  materiais diversos   dialoga   com   Barcelos   e   Batista   [2012],   ao   proporem   que   se   vá   além, questionando o valor dessas redes, buscando “compreender como os nós interagem e estabelecem  entre  si  colaboração  da  aprendizagem”,  a  fim  de  proporcionar  uma experiência que “ultrapassem tais situações, analisando a utilização da rede social como recurso didático e ferramenta de apoio ao processo de ensino e aprendizagem” [SOUZA e SCHNEIDER, 2013, p. 9] (pág. 350).

Por fim, trago na íntegra as considerações finais desse trabalho:
"As  discussões  aqui  levantadas  fundamentam  a  utilização  das  redes  sociais  no contexto   educativo   por   compreender   a   necessidade   da   escola   em   acompanhar   a evolução   que   transformou   as   formas   comunicativas   e   sociais   entre   as   pessoas, envidando esforços para garantir a participação e interação do aluno em seu processo de construção do conhecimento" (pág. 350).

"Trata-se  de  um  processo fundamental  para  que  ocorra  uma  aprendizagem  mais efetiva,  renovadora,  capaz  de  envolver  a  participação  de  todos,  independente  de  idade, tempo e espaço. Para isso, é importante que o professor se torne, ele mesmo, usuário das ferramentas disponíveis nas redes sociais, explorando ao máximo suas potencialidades, participando  de  grupos,  especialmente  aqueles  voltados  para  as  práticas  de  ensino, afinal,  a  participação  é  o  primeiro  passo  para  essa  apropriação,  pois  nunca  se  poderá utilizar com precisão uma ferramenta que não se conhece (pág. 350).

"A proposta de que um dos mais acessados sites de rede sociais, o Facebook, seja incorporado  como  ambiente  de  interação  e  comunicação  pedagógicos  se  dá  por  sua arquitetura  atraente,  com  ferramentas  que  permitem  desenvolver  diversas  atividades  e instigam  a  participação,  protagonismo,  colaboração  e  horizontalização  das  relações entre professores e alunos. Isso não quer dizer que o papel docente seja dispensável, ao contrário, a partir das experiências efetivadas nas pesquisas, fica evidente a importância do  papel  do  professor,  pois  ele  será  o  guia  e  mediador  do  processo  de  construção  do conhecimento, oferecendo o norte para que o desempenho do discente" (pág. 350).

"Assim,  segundo  uma  perspectiva  dos  próprios  alunos,  dentre  os  quais  existem licenciandos  e,  posteriormente,  futuros  docente,  avalia-se  o  uso  do  Facebook  numa proposta de utilização como ambiente informal de aprendizagem em concomitância com o ensino presencial como capaz de facilitar o acesso do aluno aos conteúdos, motivar a participação e potencializar a colaboração entre os participantes" (pág. 350).

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