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Friday, May 27, 2016

Cooperação na Complexidade: Possibilidades de Aprendizagem Matemática suportada por Tecnologias Digitais


Autores: Aline Silva De Bona (PPGIE/UFRGS), Patrícia Behling Schäfer (PPGIE/LEC/UFRGS), Léa da Cruz Fagundes (PPGIE/PPGPSI/LEC/UFRGS), Marcus Vinicius de Azevedo Basso (IM/UFRGS)

Resumo:
O presente trabalho busca abordar o conceito de aprendizagem cooperativa de forma aplicada por meio de um estudo de caso desenvolvido na interface da área da Matemática com as Tecnologias da Informação e Comunicação. A investigação tem suporte no conceito de cooperação oriundo da perspectiva da Epistemologia Genética de Piaget e da Teoria da Complexidade de Morin, e apresenta como sujeitos estudantes de ensino médio imersos em um espaço digital denominado Espaço de Aprendizagem Digital da Matemática, em que desenvolvem estratégias e resoluções para desafios matemáticos. Os resultados do trabalho apontam para benefícios de processos cooperativos desencadeados no ambiente digital para a aprendizagem dos estudantes.

Palavras-chave: Cooperação, Aprendizagem, Matemática, Espaço Digital

Pontos que achei importantes:

Já na introdução do artigo os autores discutem a inserção da escola na cultura digital, ponderando qual o seu impacto no forma como ensinamos "as tecnologias que despontam no interior desta nova cultura podem efetivamente contribuir com o rompimento do paradigma da sociedade industrial (centrada na padronização e em formas homogeneizantes de ensino), ao privilegiar a autoria e a criação do aprendiz, como podem simplesmente alterar o suporte de uma educação massiva, transmissora de conteúdos", e como valorizamos o desenvolvimento humano, através de "ações coletivas que oscilam entre a soma de contribuições sem modificações mútuas dos aprendizes e a transformação recíproca dos sujeitos envolvidos na produção comum" (pág 1).

Aprofundando o conceito de transformação recíproca dos sujeitos envolvidos na produção comum, os autores citam o trabalho de Estrázulas (1999) no qual diz que "quando o pensamento próprio é confrontado com o de outrem, têm lugar as perturbações ou oscilações nas certezas temporárias que poderão viabilizar as transformações dos sistemas de significação e consequentes regulações para o avanço intelectual" (pág 4), mostrando o papel do professor que cabe a ele, sob o ponto de vista da aprendizagem, "proporcionar aos estudantes meios para que estes aprendam a cooperar, ação que pode ser facilitada pelas tecnologias digitais" (pág 4), favorecendo "contextualização das diferentes áreas do conhecimento e proporcionam um aprender a aprender coletivo, à medida que a cooperação se estabelece, com ações desenvolvidas por diferentes estudantes até que uma proposta ou atividade, por exemplo, seja compreendida pelo grupo" (pág 4).

Destaco na íntegra as considerações finais do trabalho, por achar um texto que precisa ser lido e estudado com calma:

"Primeiramente, é fundamental retomar em que âmbito se estabelece a diferenciação dos termos cooperação e colaboração. Se, por um lado, a colaboração suporta um profícuo método de pesquisa-ação, viabilizando a integração de esforços de professores-pesquisadores e aprendizes (igualmente pesquisadores) em investigações relacionadas à prática educacional, a cooperação oportuniza as transformações mútuas responsáveis pelos avanços na aprendizagem e na compreensão. A cooperação pressupõe a descentração intelectual, promovendo operações de correspondência, reciprocidade ou complementaridade que se refletem em modificações cognitivas do sujeito e do grupo em que toma parte"(pág 8).

"Em segundo lugar, destaca-se que as tecnologias digitais viabilizam e potencializam a aprendizagem de forma cooperativa, ilustrada no presente trabalho no âmbito da matemática. No entanto, favorecer a cooperação requer dos professores uma concepção de aprendizagem alinhada à necessidade de adaptação à constante reformulação do mundo e à capacidade de enfrentamento das novidades de um mundo complexo, segundo Morin (2000)" (pág 8).

"Salienta-se, ainda, o acompanhamento dos progressos na abstração dos estudantes no processo de aprendizagem cooperativa em ambiente digital como possibilidade de avaliação, como método que leve em conta o desenvolvimento humano, mais do que o desempenho baseado em condutas pontuais ou isoladas. Trata-se de uma perspectiva que privilegia a cooperação como prática complexa, desencadeada na solidariedade dos grupos como meio de progresso também intelectual (pág 8).

Boa Leitura!

Artigo: Cooperação na Complexidade: Possibilidades de Aprendizagem Matemática suportada por Tecnologias Digitais.

Autores: Aline Silva De Bona (PPGIE/UFRGS), Patrícia Behling Schäfer (PPGIE/LEC/UFRGS), Léa da Cruz Fagundes (PPGIE/PPGPSI/LEC/UFRGS), Marcus Vinicius de Azevedo Basso (IM/UFRGS)

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